Sistemas de transporte de materia nos animais

1- Sistemas de transporte de matéria nos animais

Todos os seres vivos necessitam de obter do meio matéria para que possam sobre­viver. Nos protozoários unicelulares, o processo è muito simples, pois derivado do seu diminuto tamanho, caracterizam-se por evidenciarem uma superfície enorme comparada com o seu volume e, consequentemente, gases, nutrientes e produtos de excreção atravessam a sua membrana celular por difusão.
Calculou-se que um animal de dimensões até l mm de diâmetro pode, igualmente, consubstanciar, de forma eficaz, o seu metabolismo. Porém, em animais de maiores proporções entre a superfície e o volume, a difusão directa com o meio torna-se um processo inade­quado. Então, duas soluções podem ser verificadas, ou reduzem as suas exigências em oxigénio e nutrientes, mostrando-se menos activos, como por exemplo as esponjas, ou desenvolvem sistemas eficazes de transporte. De facto, muitos ani­mais apresentam sistemas circulatórios que são compatíveis com um rápido e con­tínuo movimento de líquidos e solutos por todo o corpo.


1.1-Diversidade de sistemas circulatórios dos animais

O sistema circulatório é um sistema de transporte que inclui: um órgão propulsor, geralmente o coração; um fluido circulante, como, por exemplo, o sangue e a linfa, e um sistema de vasos ou espaços por onde o fluido circula. O sistema circulatório pode ser aberto ou fechado.

1.2-Sistema circulatório aberto [A] e sistema circulatório fechado [B].


Figura 1 - sistema circulatorio aberto e fechado



  • No sistema circulatório aberto, o fluido circulante é a hemolinfa.

  • No sistema circu­latório é fechado, o fluido circulante é o sangue.


Os animais que evidenciam sistemas circulatórios abertos, contam-se todos os artrópodes isto é insectos, aracnídeos, crustáceos, entre outros e alguns moluscos os gastrópodes e bivaldes. Os animais pertencentes a grupos taxonómicos mais evoluídos apresentam sistemas circulatórios fechados, incluindo o próprio ser humano.Entre os animais vertebrados, a principal diferença no sistema circulatório consiste na separação gradual do coração que justifica diferenças significativas ao nível da fisiologia da circulação sanguínea dos peixes, anfíbios, répteis e mamíferos.

2- Sistemas circulatorios simples e duplos




Figura 2 - Exemplos de sistemas circulatorios

2.1- Sistemas circulatórios simples- detecta-se um único trajecto circulatório nos organismos, saindo o sangue do coração em direcção ã superfície respiratória e daqui vai irrigar todo o corpo.

2.1.1-Exemplo se um sistema circulatorio simples

O coração dos peixes é constituído por duas câmaras principais, dispostas sequen­cialmente, uma aurícula e um ventrículo. A aurícula é precedida pelo seio venoso que recebe o sangue venoso e contrai-se lançando-o no ventrículo. O sangue nes­tes animais percorre um único circuito, sendo bombeado pelo ventrículo, para as brânquias, onde é oxigenado, e, então, flui para a artéria aorta para ser distribuído a todos os órgãos. Finalmente, o sangue retorna ao coração através das veias. A prin­cipal desvantagem de um sistema com circulação simples, como o dos peixes, reside no facto de o coração ter de assegurar uma pressão sanguínea para ser capaz de impulsionar o sangue através de dois sistemas de capilares, primeiro o das brân-quias e depois o dos restantes órgãos. Nestes animais, a resistência oferecida pelos capilares branquiais é tão grande que a pressão sanguínea do sangue que irriga as células é muito reduzida.



2.2-Sistemas circulatórios duplos- distinguem-se dois trajectos circulatórios de sangue simultâneos que têm origem no coração e terminam no coração, um em direcção às superfícies respiratórias e outro que irriga as células de todo o corpo.

2.2.1- Exemplo de sistemas com circulaçao dupla

Os vertebrados terrestres desenvolveram sistemas com circulação dupla, apresen­tando dois circuitos sanguíneos: o circuito sistémico ou grande circulação ou circu­lação sistémica, que assegura a irrigação dos tecidos corporais, e o circuito pulmo­nar ou pequena circulação ou circulação pulmonar, que irriga os pulmões.
Nos anfíbios, o coração é formado por duas aurículas: a aurícula direita recebe o sangue arterial procedente da veia pulmonar e a aurícula esquerda recebe o sangue venoso que irrigou os tecidos. O ventrículo no coração dos anfíbios é único e recebe o sangue das duas aurículas, sem que contudo haja uma completa mistura deste como resultado da organização das artérias que levam o sangue para fora do cora­ção. A separação do ventrículo é quase conseguida nos répteis que apresentam um septo incompleto que ainda não isola completamente a parte direita da parte esquerda. Apenas os répteis crocodilianos, aves e mamíferos têm dois ventrículos, a par das duas aurículas, o que separa completamente a circulação sistémica da cir­culação pulmonar. É por esta razão que animais com coração com quatro câmaras apresentam uma circulação dupla e completa e animais com coração com três câmaras apresentam circulações duplas e incompletas.


Fluidos circulantes - sangue e linfa

A linfa forma-se a partir do sangue e apresenta uma constituição muito semelhante a este do qual difere por não ter hemacias. A linfa também contém leu­cócitos; no entanto, cerca de 99% destes são linfócitos, enquanto no sangue repre­sentam apenas cerca de 50%. A linfa também desempenha funções de defesa, pos­sibilitando a remoção de bactérias e partículas que invadem o organismo, bem como a destruição de células envelhecidas. O sangue é um tecido constituido por globolos vermelhos, globolos brancos e plaquetas, este encontra-se num meio liquído denominado plasma. O sangue é produzido nos orgãos hematopoiéticos nomeadamente na medula óssea, no baço e nos nódulos linfáticos.




3. SISTEMAS RESPIRATÓRIOS DOS ANIMAIS

O movimento dos gases respiratórios, entre as células e o meio ou entre as células e o fluido circulante, ocorre sempre por difusão, isto é, os gases movimentam-se do meio onde existem em maior pressão para o meio onde a pressão é menor .

O mecanismo de difusão directa ocorre em organismos sem estruturas respiratórias especializadas e funciona quando a sua espessura corporal é suficientemente delgada para permitir uma difusão eficiente entre todas as células e o meio.
Exemplos destes animais: esponjas (grupo dos [Porífera], as anémonas (grupo dos Cnidária] e os vermes achatados como a planaria (grupo dos Platelmintasl.


Os Artrópodes, como os insectos e os aracnídeos, apresentam um sis­tema respiratório traqueal, onde tubos ramificados, as traqueias, percorrem o interior do corpo do animal e abrem-se para o exterior pelos espiráculos que permitem a captação de ar rico em oxigénio e a eliminação ar rico em dioxido de carbono.


Os Anelídeos, como por exemplo as minhocas, apresentam um sistema respiratório cutâneo. Dado que a pele é muito irrigada, através deste órgão respiratório ocorre intercâmbio de gases entre o sangue e o meio.


Nos Peixes, o coração bombeia o sangue para as brânquias onde o oxigénio dissolvido na água passa para o sangue e o dióxido de carbono do sangue venoso passa para a água, formando-se sangue arterial (rico em oxigénio e pobre em dióxido de carbono).


Os vertebrados terrestres a respiração é pulmonar, verificando-se a existência de pequenos tubos, os brônquios e bronquíolos, que termi­nam em alvéolos cujas paredes finas e extremamente irrigadas consti­tuem a superfície de intercâmbio gasoso.


Os Anfíbios são os vertebra­dos com os pulmões mais simples e menos eficientes, complementando a função respiratória pulmonar com processos de hematose que ocorrem na boca e na pele.


Nos Répteis, os pulmões são mais eficientes que os dos Anfíbios, mas o máximo de complexidade é encontrado nos Mamíferos.

4.Fontes de Pesquisa

SoaresR., SerraL., AlmeidaC., (2007) biologia 10/11 Ensino Profissional nivel 3. Porto Editora, Porto.

0 comentários:

Enviar um comentário